segunda-feira, 2 de setembro de 2013

DIA 05 DE SETEMBRO, DIA DO OFICIAL DE JUSTIÇA. CONHEÇA UM POUCO DESSE PROFISSIONAL.

Sinto-me imensamente feliz em ter a oportunidade de levar à comunidade leopoldinense um pouco sobre a profissão do Oficial de Justiça. Profissional, muitas vezes odiado por pessoas que desconhecem seu verdadeiro papel na administração da justiça. O Oficial de Justiça é quem faz o elo do Magistrado com a população e muitas vezes o descontentamento com a solução dada pelo Magistrado é transferido diretamente a este profissional.

 Quem é o Oficial de Justiça.

Oficial de Justiça é um dos auxiliares da justiça, cuja atividade é imprescindível para a realização dos atos processuais, sendo que os mais importantes estão relacionados no art. 143 do CPC e no PROVIMENTO Nº 161/CGJ/2006. É quem pratica os atos processuais de preparação, de informação, e os de execução, sendo sua função executada quase que totalmente externa, entretanto, também exerce alguns trabalhos internos como os plantões e júris, além do atendimento regular as partes e seus procuradores, sendo por isto, um elo fundamental na formação e desenvolvimento do processo judicial.
A lei instrumentaliza e dita as normas de como se realizam os atos processuais, cabendo ao Poder Judiciário a sua interpretação, de modo a fazer com que efetivamente a justiça seja aplicada.
A máquina judiciária pode ser comparada a um corpo que trabalha em prol da sociedade, através de juízes e serventuários, e, dentre esses, a figura do Oficial de Justiça certamente merece destaque, pois é o “longa manus”, ou seja, a mão da lei, a mão da justiça, aquele que realiza o ato como se fosse a mão do Magistrado, fazendo materializar a pretensão jurisdicional das partes e com isto, conseqüentemente, sua participação torna-se vital para o bom andamento da maioria dos atos processuais, inclusive sob pena de invalidade dos mesmos. Não houvesse sua participação, certamente haveria uma desestruturação na máquina judiciária, pois de outra forma caberia aos magistrados a efetivação direta de todos os atos processuais, o que seria completamente ilógico e prejudicial a todo o sistema. Mesmo sendo o Oficial de Justiça apenas uma das peças dessa engrenagem, sua missão, como já exposto, é muito relevante para que o Poder Judiciário consiga cumprir seu papel perante a sociedade.
Sempre que uma diligência possa gerar algum ato que afete os direitos patrimoniais ou situações morais (ex. da busca e apreensão de menor), a mesma se realizará por Oficial de Justiça, mediante ordem expressa do juiz, que toma o nomem juris de MANDADO.
Os MANDADOS podem ser traduzidos como as ordens dos Juízes, com o fim de serem tomadas medidas coativas contra os destinatários, sendo estes subscritos para lhes dar força e autoridade. Fazem parte do dia-a-dia do Oficial de Justiça, e por isto, devem conter transcritas, determinações claras, expressas e específicas. Em razão da importância da função, é fato concreto que até hoje, ainda não foi dispensada ao Oficial de Justiça toda a consideração e assistência que merece, na proporção de sua responsabilidade, pois ainda carece de um maior reconhecimento em termos de assistência moral e material, além de um salário compatível com a carga de trabalho que executa, enfim, formas de proporcionar mais dignidade no exercício das atividades.

Homenagem no Plenário da Câmara dos Deputados

Conforme informações da Assojaf/GO (Associação dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais no Estado de Goiás), será realizada no próximo dia 6 de setembro, às 10 horas, no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), sessão solene em homenagem ao Dia do Oficial de Justiça, comemorado no dia 5 daquele mês. O requerimento para a realização do evento, de nº 6751/2013, foi apresentado em fevereiro deste ano, pelo deputado Policarpo (PT-DF), com apoio do colega de bancada, deputado José Guimarães, líder do PT na Câmara. A solicitação foi deferida no último dia 16 (de agosto) pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.

Agradecemos as homenagens, mas também precisamos de valorização.

Ficamos imensamente gratificados com as homenagens, mas nossa classe precisa ser mais compreendida pela população e valorizada pelos governantes. A cada dia aumentam os afastamentos por problemas de saúde, principalmente àqueles relacionados à saúde psíquica e mental de todos nós. Trabalhamos em um nível de estresse muito elevado, com cobranças cada dia maiores e sem a contrapartida necessária. De qualquer forma, fica aí nossa mensagem. Feliz por ter certeza de nossa competência, dedicação e utilidade para o sistema jurisdicional brasileiro e, apreensivos quanto ao futuro, cada dia mais incerto.
Encerro com a seguinte frase de Platão : “Quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado”.
(*) Eletrotécnico formado pelo Cefet-MG; Formado em Direito pela Faculdade Doctum,  habilitado pela OAB/MG; Especialista em Direito Público pela Universidade Cândido Mendes/Plenarius; Extensionista no curso LFG, Oficial de Justiça Avaliador do TJMG e colunista do GLN. (parte do texto foi extraído do guia abojeris)