segunda-feira, 5 de agosto de 2013

ESTAMOS DE VOLTA!



Após um necessário e suficiente período de reflexão, estamos retornando ao Jornal Leopoldinense. Gostaria de dizer que estava sentindo falta, e agradeço à família Meneghitte a recepção de braços abertos e sem censura, aliás, como nunca deixou de ser. Precisava deste tempo, a fim de traçar novos objetivos e caminhos para minha vida, tanto no aspecto profissional quanto no âmbito da política.
No que diz respeito ao aspecto profissional, decidi voltar a intensificar meus estudos, a fim de, não só me submeter, num futuro de médio prazo, a um novo concurso público, e também, me reciclar para melhorar meus serviços prestados à sociedade leopoldinense, seja como Oficial de Justiça, seja como colunista, e, portanto, formador de opinião e informador dos leitores do Jornal Leopoldinense.
Já no que diz respeito à política partidária, decidi abandonar a pretensão de concorrer a qualquer cargo eletivo. O famoso adágio popular, diz que: “a voz do povo é a voz de Deus”; não seria eu a contrariar essa voz. Ser candidato, foi uma experiência traumática em que tive muitos prejuízos, seja emocional, seja na minha carreira, pois perdi o tempo em que tive que me afastar compulsoriamente, antes da eleição, por força de lei. Também perdi meus adicionais de periculosidade, minha verbas de diligências, além dos gastos, que por menos que se faça, sempre são necessários e pesam em nossos orçamentos.
Diferente do que muitos pensam, os partidos não te ajudam financeiramente. Não bastasse isto tudo, na época pré-eleitoral, fui convidado pelo atual prefeito e então candidato, a acompanhá-lo em uma reunião do PT, em que ele teria sido convidado pela ex-vereadora Iolanda e pelo atual vereador Oldemar Montenari para expor suas propostas a fim de tentar realizar acordo de apoio com o PT; e para minha surpresa fomos barrados de forma totalmente deselegante e humilhante, não obstante o Presidente do PT ter me ligado posteriormente se desculpando. Acreditei, vesti a camisa, vi muitas coisas erradas por todos os lados e agora sinto que não valeu a pena ser candidato, não importa sua conduta ou seu afinco, passou a eleição, nem um muito obrigado você ouve. Assim estarei, nos próximos dias, me desfiliando do PRP e não pretendo mais me filiar a partido algum. Estou decepcionado com a frieza com que se faz política em nossa cidade. Apesar de tudo, quero deixar claro que não há no meu coração qualquer sentimento de revanchismo. O que passou, passou. Apenas sei que não quero mais passar por isso em minha vida. Vejo que tivemos algumas boas revelações na política e espero que elas não se corrompam e ajudem a cada vez mais melhorar o meio político podre que aí está. O povo deu o seu recado e é bom que mudem enquanto é tempo.
Dadas as explicações sobre a necessidade de minha ausência nas colunas do Leopoldinense, a fim de refletir e tocar meu projeto profissional, irei agora, com vida nova, voltar ao papel que sempre admirou muitos leitores e enraivou outros mais: o ativismo social na qualidade de cidadão que ama Leopoldina.
É bom ficar claro que não serei mais candidato a nada, mas que não deixarei de fazer política, pois enquanto não realizo meus objetivos profissionais é a forma que tenho de ajudar a mudar para melhor nosso país, melhorando nossos bairros, enfim, nossa cidade.
Não faz parte da minha personalidade a omissão e a inércia.
Mas, o mais importante é contribuir com um futuro melhor e com melhores condições de vida para o cidadão leopoldinense. Assim, estamos trabalhando em um projeto da criação de uma ONG, para divulgar e fazer valer a Lei da transparência, facilitando e dando acesso a informações pormenorizadas dos gastos públicos dos poderes constituídos em âmbito municipal. Nossa pretensão é que tudo seja feito com o apoio e a colaboração tanto do Poder Executivo, Poder Legislativo, e outros setores da sociedade. Acredito que tudo tem que ser bem claro. O povo tem direito e saber quanto é gasto em diárias dos Secretários, Vereadores, Prefeito, etc.; saber quanto foi pago nas pequenas compras que dispensam licitação, saber todas as licitações em andamento, qual foi a vencedora, por quanto será realizada a obra ou serviço, enfim, tudo precisa ser claro, transparente e publicado amplamente e com fácil acesso. Afinal, os recursos são públicos e os gestores não estarão fazendo favor algum em disponibilizar tudo para a população.
Primeiramente, vale destacar que não poderei assumir tarefa tão complexa de forma isolada. Por isso, estarei buscando parceiros e voluntários para viabilização do projeto. É importante entender que a organização será apartidária, mas não anti-partidária, (o pluralismo político é consagrado por nossa Carta Magna) por isso será importante o apoio das mais diversas correntes da sociedade.
O maior objetivo é o combate à corrupção por meio do princípio da transparência e publicidades totais.
Também, não poderia deixar de passar a oportunidade, para expor minha opinião a respeito das manifestações populares ocorridas recentemente. Vi com muita felicidade a iniciativa, principalmente da juventude, em exigir, entre outros, um basta à corrupção em nosso país, fato que culminou com o imediato enterro da PEC 37. No entanto, verifiquei a ação massacrante da imprensa comandada pela Rede Globo, tentando jogar nas costas da Presidenta Dilma todos os problemas existentes no país. Mas estou aliviado porque por mais que a Presidenta tenha sido afetada, as pesquisas mostraram que toda a classe política, independente do partido, foi também afetada. Em outra oportunidade falaremos mais sobre esse assunto.
Gostaria de findar esse artigo, reafirmando minhas decisões e dizendo que nunca estive tão bem; com tanta paz; com tanta serenidade e com tanta disposição para realizar novos projetos. Também não poderia, novamente, deixar de agradecer, àquelas pessoas especiais, que me honraram com seus votos, mas minha decisão é irretratável. A política eleitoral/partidária me fez muito mal, por isso não posso mais colocar em risco minha saúde, família e felicidade. Mas estarei escrevendo, (um pouco menos, devido ao projeto profissional que estou dando andamento) agradando e desagradando, mas sempre com a intenção do melhor para Leopoldina e, com a consciência de que não sou e nem pretendo ser dono da verdade.
Encerro com a frase do filósofo Heráclito de Éfeso: “Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é mais o mesmo e nós também não somos”.
(*) Eletrotécnico formado pelo Cefet-MG; Formado em Direito pela Faculdade Doctum,  habilitado pela OAB/MG; Especialista em Direito Público pela Universidade Cândido Mendes/Plenarius; Extensionista no curso LFG, Oficial de Justiça Avaliador do TJMG e colunista do GLN.